Defesa de interesses, ausência de apuração e rápida viralização. Esse é o caminho percorrido pelas notícias manipuladas ou falsas, as chamadas fake news. Vivendo em um mundo de rápida digitalização e informação, quase imediata, o que podemos fazer para combater a desinformação?
Mais do que nunca, gerar conhecimento que impacte positivamente a sociedade é uma das grandes missões do jornalismo desde os primórdios. Contudo, não é de hoje que sabemos que a apuração da veracidade do assunto que será noticiado é ainda mais importante que a publicação final.
Por outro lado, o avanço da era digital e o imediatismo que as notícias circulam nesses meios, acabaram abrindo margem para a nova medição de impacto da notícia, ou seja, os conteúdos ganham um novo valor a partir do seu potencial de disseminação nas redes sociais. Em outras palavras, significa que o valor de uma informação jornalística cada vez mais passa a ser dado não apenas pela sua relevância editorial, mas também pela sua capacidade de viralização nos meios sociais.
Nesse ponto, surge o destaque das fake news. Segundo um estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT), as notícias falsas são 70% mais compartilhadas do que as verdadeiras. E ainda, de acordo com levantamento da Microsoft, a principal fonte de notícias falsas são as mídias sociais, que também são a primeira fonte de informações da população de países emergentes (72%).
No mundo corporativo, o combate à desinformação também deve ser levado a sério, tendo em vista o potencial de prejudicar a reputação de uma empresa que isso carrega. Segundo dados da Latin American Communication Monitor 2018-2019, o tema está no radar de 65,2% desses profissionais, além de 40,9% das organizações latino-americanas já terem sido afetadas por notícias falsas pelo menos uma vez.
É fato que nenhuma marca gostaria de ter seu nome vinculado a conteúdos falsos. Dessa forma, é papel da assessoria de imprensa definir com que fontes a empresa manterá um relacionamento, aconselhar a se afastar ao máximo dos canais e produtores de conteúdo que promovem notícias sensacionalistas e não pautadas em fatos, e estabelecer planejamento de reação e prevenção à fake news, assim evitando qualquer crise.
Em suma, a transformação digital trouxe inúmeros desafios para os gestores de comunicação. Desse modo, vale reforçar que a demanda pelo constante monitoramento, preservação da imagem e da boa reputação se torna, mais que nunca, essencial. O desafio é inevitável e o segredo é manter cada vez mais afiado nosso senso crítico. Questione tudo!